Dos 22 identificados, 14
cumpriam penas por roubos ou furto.
Penitenciária foi palco
de matança e mais de uma semana de rebeliões.
A maioria dos 22 mortos
que já foram identificados como vítimas da matança ocorrida em Alcaçuz ocorrida
entre os dias 14 e 15 passados respondia por roubo. Ao todo, até o momento, o
Governo do Rio Grande do Norte diz que 26 detentos morreram no dia em que
integrantes de uma facção invadiram os pavilhões onde estavam rivais e
promoveram os assassinatos. Os dados sobre os crimes cometidos pelos presos
mortos foram repassados pelo Tribunal de Justiça do RN.
Dos 22 identificados, 14
cumpriam pena por roubos ou furto. Seis mortos eram condenados por tráfico de
drogas ou associação para o tráfico. Cinco respondiam por homicídio ou
latrocínio. Dois deles estavam presos por tentativa de roubo. E outros dois,
por porte ilegal de arma de fogo. Um detento respondia por corrupção de
vulnerável. E um último era condenado por uma tentativa de latrocínio. O número
de crimes elencados - 31 - supera os 26 mortos porque há detentos que estavam
condenados por mais de um crime.
Até o momento, 22 dos 26
mortos foram identificados.No entanto, membros como braço e cabeça foram
encontrados e, por isso, acreditava-se que o número e vítimas poderia aumentar.
O Instituto Técnico e Científico de Perícia (Itep) ainda não informou a
previsão para identificação dos outros quatro corpos. Segundo Marcos Brandão,
diretor do Itep, o instituto está coletando material para enviar para Salvador
para a realização de exames de DNA.
Veja lista dos presos
mortos que já foram identificados e os crimes que eles cometeram:
Anderson Barbalho da
Silva - tráfico
Antônio Barbosa do
Nascimento Neto - homicídio, roubo e associação para tráfico
Anderson Mateus Félix
dos Santos - roubo e corrupção de vulnerável
Carlos Clayton Paixão da
Silva - tráfico
Charmon Chagas da Silva
- tráfico e porte ilegal de arma de fogo
Cícero Israel de Santana
- latrocínio
Diego Felipe Pereira da
Silva - roubo
Diego Melo de Ferreira -
tentativa de roubo e tráfico
Eduardo dos Reis -
homicídio
Felipe Rene Silva de
Oliveira - roubo e furto
França Pereira do
Nascimento - homicídio e roubo
Francisco Adriano Morais
dos Santos - homicídio
George Santos de Lima
Júnior - roubo
Jefferson Pedroza
Cardozo - roubo
Jefferson Souza dos
Santos - roubo
Jonas Victor de Barros
Nascimento - roubo
Lenilson de Oliveira
Melo Silva - roubo e porte ilegal de armas
Luiz Carlos da Costa -
roubo
Marcos Aurélio Costa do
Nascimento - tentativa de roubo e tentativa de latrocinio
Marlon Pietro da Silva
Nascimento - roubo
Tarcísio Bernardino da
Silva - tráfico e porte ilegal de arma de fogo.
Willian Anden Santos de
Souza – roubo.
O governador do Rio
Grande do Norte, Robinson Faria, afirmou nesta quarta-feira (25) que pretende
desativar a Penitenciária de Alcaçuz ainda este ano. Segundo ele, a construção
de três novos presídios permitirá a transferência dos presos da unidade.
"A construção de Alcaçuz naquele local foi um grande equívoco naquele
local, porque é uma área de geografia turística", afirmou Faria. Segundo o
governador, os três presídios serão feitos de forma modular, para adiantar a
entrega.
FUGAS.
As Secretaria de Justiça
e Cidadania e de Segurança do Rio Grande do Norte divulgaram nesta quarta que
pelo menos 56 presos fugiram da penitenciária desde a rebelião do sábado (14).
Quatro deles já foram recapturados.
O número foi divulgado
após uma recontagem dos presos na operação de intervenção e retomada do
controle da penitenciária realizada nesta terça (25) com participação de
policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do
Batalhão de Choque (BPChoque) e de agentes penitenciários do Grupo de Operações
Especiais (GOE).
Segundo as secretarias,
o número de fugas pode ser maior, já que alguns presos não responderam à
chamada realizada nesta terça e podem estar ausentes do presídio em razão de
alvarás de soltura. A Sejuc ainda vai cruzar os dados para confirmar as
informações.
Além dos foragidos, dez
presos estão em hospitais. O Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep)
também confirmou a morte de 26 presos nas rebeliões.
Segundo o Itep, a
expectativa é que não sejam encontrados mais corpos de presos mortos na
penitenciária.
A polícia havia
confirmado a morte de 26 detentos, no entanto, membros como braço e cabeça
foram encontrados dias depois. Por isso, acreditava-se que o número e vítimas
poderia aumentar.
Segundo Marcos Brandão,
diretor do Itep, o instituto está coletando material para enviar para Salvador
para a realização de exames de DNA. Já duas cabeças que haviam sido encontradas
pertenceriam a presos que já estavam na contagem de mortos da rebelião e cujos
corpos foram devolvidos às famílias sem a cabeça.
Nesta quarta-feira (25)
foi feita uma limpeza na área externa ao presídio. A ação acontece após a
descoberta de quatro túneis nos últimos dias e faz parte das medidas de
segurança anunciadas pelo secretário de Segurança Pública e Defesa Social do
Rio Grande do Norte, Caio Bezerra.
Um trator foi usado para
retirar mato da área. De acordo com a Sesed, será colocada uma cerca na área
externa de Alcaçuz, equipada com sistema de alarme e afastada 50 metros do muro
da penitenciária. O objetivo é manter um perímetro de segurança para evitar
entrada de armas, drogas e outros ilícitos arremessados de fora para dentro.
No domingo (22), a Força
Nacional encontrou dois túneis na área externa de Alcaçuz. No dia seguinte,
outra escavação foi achada e, nesta terça-feira (24), mais uma. No total, desde
que tiveram início as rebeliões em Alcaçuz, no dia 14 de janeiro, a Força
Nacional encontrou oito túneis durante patrulhamento na área.
O secretário Caio
Bezerra anunciou ainda medidas que serão tomadas nos próximos dias para tentar
retomar o controle de Alcaçuz e que, segundo ele, começam imediatamente.
Agentes penitenciários federais e de quatro estados vão ajudar nessas ações.
VEJA AS MEDIDAS
ANUNCIADAS:
- reparos nos pavilhões
2 e 3, que serão fechados, de modo a trazer todos os presos para eles e deixar
separados os do pavilhão 5;
- colocar cerca externa
com sistema de alarme afastada 50 metros do entorno de Alcaçuz, para ter um
perímetro de segurança para evitar entrada de armas no presídio;
- executar uma obra de
eclusas, portões coordenados, abertos e fechados, para garantir entrada de
forças policiais no pavilhão 5;
- reparar as guaritas
interditadas;
- implantar sistema de
videomonitoramento;
- realizar a limpeza da
vegetação no entorno;
- concluir o muro
interno que separa o pavilhão 5 dos demais para manter os grupos rivais
afastados;
- realizar o
concretamento na base da murada para dificultar a escavação de túneirs;
- concluir a iluminação
externa.
Alcaçuz fica em Nísia
Floresta, cidade da Grande Natal. Com capacidade para 620 presos, a unidade
possui atualmente 1.150 detentos. A grande maioria dividida em duas facções
criminosas. De um lado o PCC. Do outro, o Sindicato do RN, dissidente da facção
que nasceu nos presídios de São Paulo.
DIVISÃO.
Na área dos pavilhões 4
e 5 estão membros do PCC. Do outro, nos pavilhões 1, 2 e 3, estão detentos que
fazem parte do Sindicato do RN. Na intenção de conter a violência, um muro de
contêineres foi posicionado no sábado (21) para dividir as facções, eles serão
substituídos por um de concreto de 90 metros de extensão. Segundo o governo, a
construção do muro permanente levará 15 dias.